segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

Exercícios resolvidos do Diagrama de Venn (8.º A e B)

1) ( UFSE) Os senhores A, B e C concorriam à liderança de certo partido político. Para escolher o líder, cada eleitor votou apenas em dois candidatos de sua preferência. Houve 100 votos para A e B, 80 votos para B e C e 20 votos para A e C. Em consequência:

a) venceu A, com 120 votos.
b) venceu A, com 140 votos.
c) A e B empataram em primeiro lugar.
d) venceu B, com 140 votos.
e) venceu B, com 180 votos.

Resolução:
Votos recebidos pelo candidato A = 100 + 20 = 120
Votos recebidos pelo candidato B = 100 + 80 = 180
Votos recebidos pelo candidato C = 80 + 20 = 100



Resposta letra e.

2) (PUC) Numa comunidade constituída de 1800 pessoas há três programas de TV favoritos: Esporte (E), novela (N) e Humanismo (H). A tabela abaixo indica quantas pessoas assistem a esses programas.
Programas E  N HE e NE e HN e HE, N e HNenhum
Número de telespectadores40012201080  220 180 800     100  x
Através desses dados verifica-se que o número de pessoas da comunidade que não assistem a qualquer dos três programas é:
(A) 200       (C) 900  
(B) os dados do problema estão incorretos.     (D) 100                   (E) n.d.a.

Resolução:

No diagrama de Venn-Euler colocamos a quantidade de elementos dos conjuntos, começando sempre pela interseção que tem 100 elementos.
Então, 100 + 120 + 100 + 80 +700 + 200 + 300 + x = 1800. Segue que, 1600 + x = 1800. Logo, o número de pessoas da comunidade que não assistem a qualquer dos três programas é: x = 1800 - 1600 = 200.
Assim, (A) é a opção correta

Diagrama de Venn - Euler. Começamos sempre colocando o número de elementos da intersecção. Ao colocar o número de elementos de um conjunto, não podemos esquecer de descontar os da intersecção





3) Em uma prova discursiva de álgebra com apenas duas questões, 470 alunos acertaram somente uma das questões e 260 acertaram a segunda. Sendo que 90 alunos acertaram as duas e 210 alunos erraram a primeira questão. Quantos alunos fizeram a prova?

Resolução:

Temos que 90 acertaram as duas questões. Se 260 acertaram a segunda, então, 260 - 90 = 170 acertaram apenas a segunda questão. Se 470 acertaram somente uma das questões e 170 acertaram apenas a segunda, segue que, 470 - 170 = 300 acertaram somente a primeira. Como 210 erraram a primeira, incluindo os 170 que também erraram a primeira, temos que, 210 - 170 = 40 erraram as duas. Assim podemos montar o diagrama de Venn-Euler, onde: P1 é o conjunto dos que acertaram a primeira questão; P2 é o conjunto dos que acertaram a segunda e N é o conjunto dos que erraram as duas. Observe a interseção P1Ç P2 é o conjunto dos que acertaram as duas questões.
diagramas de conjuntos
Logo, o número de alunos que fizeram a prova é: 300 + 90 + 170 + 40 = 600.



4) Em uma escola foi realizada uma pesquisa sobre o gosto musical dos alunos. Os resultados foram os seguintes: 


458 alunos disseram que gostam de Rock
112 alunos optaram por Pop
36 alunos gostam de MPB
62 alunos gostam de Rock e Pop 

Determine quantos alunos foram entrevistados.
Gostam somente de Rock = 396
Gostam somente de Pop = 50
Gostam de Rock e Pop = 62
Gostam de MPB = 36

396 + 50 + 62 + 36 = 544

Através da distribuição dos dados no diagrama constatamos que o número de alunos entrevistados é igual a 544. 
 

 

Como é o cálculo do dígito verificador do CPF?


Se o CPF de uma pessoa tem os seguintes 9 primeiros dígitos: 235 343 104, quais serão os seus dois dígitos de controle?

 

a) Cálculo do primeiro dígito de controle:

                      2    3    5    3    4    3    1    0    4  (nº do CPF)

 1    2    3    4    5    6    7    8    9

Efetuando as multiplicações correspondentes, teremos:

2 x 1 + 3 x 2 + 5 x 3 + 3 x 4 + 4 x 5 + 3 x 6 + 1 x 7 + 0 x 8 + 4 x 9 = 116. Resto da divisão por 11 = 6. Logo o 1º dígito verificador será 6.

 

b) Agora, para determinarmos o segundo dígito de controle, acrescentamos o décimo número, que acabamos de calcular e usamos a base de multiplicação indo de 0 a 9.

 

2    3    5    3    4    3    1    0    4    6

0    1    2    3    4    5    6    7    8    9

 

Efetuando as multiplicações, teremos:

2 x 0 + 3 x 1 + 5 x 2 + 3 x 3 + 4 x 4 + 3 x 5 + 1 x 6 + 0 x 7 + 4 x 8 + 6 x 9 = 145. Resto por 11=2

 

Concluímos então que, no nosso exemplo, o CPF completo seria: 235 343 104 62

 
Observações:

           Se o resto da divisão fosse 10, ou seja, se o número obtido fosse congruente ao 10, módulo 11, usaríamos, nesse caso, o dígito zero.
 
 
 
 
 
 
FONTE: A Magia da Matemática: Atividades Investigativas, Curiosidades e Histórias da Matemática do Professor Ilydio
 
Editora Ciência Moderna – www.lcm.com.br

 

 

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

Geometria Analítica (Introdução) (3.º B e C)

Capítulo 01. Introdução à Geometria Analítica


1. Localização

1.1. A Localização Unidimensional

Para determinarmos a posição de uma composição na via férrea, basta a indicação do  número do marco de quilometragem. Este número é a coordenada do trem na via férrea. Com o exemplo, podemos perceber que, para  localizarmos um “ponto” em uma “linha”, é suficiente uma medida, isto é, na localização unidimensional, as posições são indicadas por uma única coordenada.

1.2. A Localização Bidimensional 

No jogo de xadrez, a posição das peças no  tabuleiro fica indicada por uma letra e um número (podiam ser duas letras ou dois números). As filas verticais são identificadas por letras do alfabeto latino e as filas horizontais, por números.





A cada casa do tabuleiro correspondem uma letra e um número que indicam as filas vertical e horizontal da casa, respectivamente.


Assim, o peão branco, representado no tabuleiro da figura, está na casa B3, e o peão preto, na casa D5.

Com o exemplo, podemos perceber que, para localizar um “ponto” em um “plano”, são necessárias duas medidas, isto é, na localização bidimensional, as posições são indicadas por um par de coordenadas.
 
 
2. Eixo
Consideremos ume reta r e uma unidade (u) de  comprimento com a qual mediremos os segmentos contidos em r.
 
 
Consideremos também na reta r um ponto O arbitrário, que chamaremos de origem.
 

Sejam A e A’ dois pontos de r tais que e tenham a mesma medida a, tomada com a unidade u, de modo que A esteja à direita de O e A’ à esquerda de O.
 
 
 
 
 
Desta forma, dizemos que o ponto A está afastado a unidades de O e que A’ está afastado – a unidades de O.
Podemos então associar aos pontos A e A’ os números reais a e – a, respectivamente, que chamaremos de abscissas desses pontos.
De um modo geral, podemos associar a cada ponto de r um único número real que chamamos abscissa  do ponto, número esse que será positivo para pontos marcados a partir da origem, no sentido positivo, e negativo para pontos mercados no sentido contrário.
 
 
Exemplos:
 
 
 
abscissa de P = – 4
abscissa de Q = + 6
 
 
 
 
 
 
Então, quando quisermos localizar pontos em uma reta, transformamos a reta em um eixo e a localização do ponto será dada pela abscissa do
ponto.
 
Importante
 
1.º) A abscissa de origem é o número real zero.
2.º) Cada ponto de uma eixo possui uma única abscissa e para cada abscissa existe um único ponto no eixo, isto é, estabelecemos uma relação biunívoca entre o conjunto dos números reais e o conjunto de pontos de uma reta (eixo).
 
 
3. O Sistema Cartesiano
Consideremos em um plano dois eixos X e Y perpendiculares entre si e com origem O comum.  Nestas condições, dizemos que X e Y formam um sistema cartesiano ortogonal, e o plano dotado com tal sistema será chamado de plano cartesiano.
 
 
Para localizarmos um ponto P num plano dotado de um sistema cartesiano ortogonal, traçamos por P duas retas paralelas aos eixos x e y que encontram os mesmos em P’ e P’’, respectivamente.
Com as abscissas desses pontos determinamos a posição de P no plano.
 
 
 

Indicamos a abscissa de P’ por xp e a abscissa de P’’ por yp, e o ponto P é localizado no plano pelo par ordenado (xp, yp).
 
 
Para facilidade de linguagem, usamos as seguintes denominações:

 1.º) A abscissa de P’, a primeira abscissa de P, será simplesmente a abscissa de P.

 2.º) A abscissa de P’’, a segunda abscissa de P, será a abscissa ordenada de P, ou simplesmente ordenada de P.

 3.º) O par ordenado (xp, yp) será denominado coordenadas de p.

 4.º) Os eixos x e y serão, respectivamente, o eixo das abscissas e o eixo das ordenadas.
 


Exemplo

 Indicamos a seguir as coordenadas dos pontos representados no plano cartesiano.

 



      A (4, 0)       D (– 4, 3)         G (0, – 3)

       B (4, 3)      E (– 4, 0)          H (4, – 3)

   C (0 3)       F (– 4, – 3)         O (0, 0)

 

Os eixos x e y dividem o plano cartesiano em quatro regiões que chamamos quadrantes (Q), que são numerados conforme a figura abaixo:




 
 
 
 
 
 

Função Exponencial (2.º C e D)

 

Revisão de Potenciação
 
 
A potenciação ou exponenciação é a operação de elevar um número ou expressão a uma dada potência. Para entendermos o significado disto, observe a figura em vermelho à direita:

Assim como podemos expressar e resolver de forma mais simples, uma soma de várias parcelas iguais recorrendo à multiplicação, da mesma forma podemos recorrer à exponenciação para obtermos o produto de vários fatores iguais.
 
Note que temos o número dois ( 2 ) com o número três ( 3 ) sobrescrito à sua direita ( 23 ). Dizemos que o número 2 está elevado à terceira potência, ou ainda que 23 é a terceira potência de 2.
Nesta potência o número 2 é a sua base e ao número 3 damos o nome de expoente.
Esta potência representa a multiplicação de três fatores iguais a dois, então 23 é igual a . 2 . 2 que é igual a 8.
Potências com expoente 2 ou 3 possuem uma outra forma particular de leitura. A potência 23 também pode ser lida como dois ao cubo, assim como a potência 32 pode ser lida como três ao quadrado.

Potências de Base Real com Expoente Inteiro

Nestas condições há quatro situações em particular que iremos tratar. A saber, quando o expoente é maior que um, quando é igual a um, quando é igual a zero e quando é negativo.

Expoente Maior que 1

De forma geral:
, isto é, a multiplicação de n fatores iguais a a.
Este é o caso de mais fácil compreensão, pois o conceito da exponenciação está bem claro. Observe a expressão abaixo:

54, que se lê 5 elevado a 4, ou 5 elevado à quarta potência é igual ao produto de quatro fatores todos eles iguais a cinco. Ao multiplicarmos 5 vezes 5 vezes 5 vezes 5 iremos obter 625 que é o resultado da exponenciação. O número de fatores iguais a 5 é justamente o numeral do expoente.
Apesar de estarmos trabalhando com expoentes inteiros, as bases podem ser decimais:

Assim como também podem ser fracionárias:


Expoente Igual a 1

Todo número elevado a 1 é igual ao próprio número:


Expoente Igual a 0

Todo número, diferente de zero, elevado a 0 é igual a 1:

00 é indeterminado, embora em algumas situações convenciona-se que seja igual a 1. Para qualquer outro expoente real n positivo, temos que 0n = 0.
Mais à frente teremos outras informações que nos levarão a concluir que 00 = 0/0 e como não existe divisão por zero no conjunto dos números reais, trata-se então de uma indeterminação.
Ao estudarmos os expoentes negativos, a seguir, poderemos concluir que 0n é indefinido para qualquer n real negativo, por exemplo, 0-2 pode ser expresso como 1/02, o que nos leva à 1/0 e como sabemos, a divisão real de 1 por 0 é indefinida, pois não existe nenhum número real que multiplicado por 0 resulte em 1.

Expoente Negativo

Qualquer número diferente de zero elevado a um expoente negativo é igual ao inverso deste número elevado ao oposto do expoente:

Vejamos agora a explicação onde se baseiam estes três últimos conceitos explicados acima.

Propriedades das Potências de Base Real com Expoente Inteiro


Multiplicação de Potências de Mesma Base

A multiplicação de potências de mesma base é igual a esta base elevada à soma dos expoentes.
Vamos analisar o desenvolvimento da expressão a elevado à quinta potência vezes a elevado ao quadrado para confirmarmos esta afirmação:

Primeiramente vamos substituir as potências por suas respectivas multiplicações:

Repare que a expressão foi substituída pela multiplicação de 7 fatores iguais a a.
Pelo conceito da exponenciação podemos então escrever a seguinte potência:

De onde concluímos que:

Generalizando:


Divisão de Potências de Mesma Base

A divisão de potências de mesma base, diferente de zero, é igual a esta base elevada à diferença dos expoentes.
Vamos utilizar as mesmas potências analisadas na propriedade anterior, mas agora fazendo a análise em relação à divisão:

Substituindo as potências por suas respectivas multiplicações:

Utilizamos uma fração ao invés do operador , apenas para visualisarmos mais facilmente o próximo passo, que será a simplificação de dois fatores do numerador com dois fatores do denominador:

Do estudado até agora sabemos que:

Então chegamos a conclusão de que:

Novamente generalizando temos:

Note que a base a deve ser diferente de 0, pois como sabemos não existe quociente real para a divisão por zero neste conjunto numérico.

Entendendo porque a0 = 1

Para a ≠ 0 sabemos que:

Então se tivermos m = n temos que:

Sabemos que:

Já todo número, diferente de zero, dividido por ele mesmo é igual a 1 e que todo número menos ele mesmo é igual a zero.
Logo concluímos que:

É por isto que todo número, diferente de zero, elevado a 0 é igual a 1:

Entendendo porque a1 = a

Para a ≠ 0 sabemos que:

Logo se tivermos m = n + 1 temos que:

Como:

Então:

Logo:

Agora vamos transformar as potências do primeiro membro em multiplicações do fator a:

Repare que o numerador da fração no primeiro membro possui um fator a a mais que o denominador, pois o expoente da potência do numerador tem uma unidade a mais que o expoente da potência do denominador. Simplificando a fração temos:

Ou ainda:

Uma outra forma de entendermos porque a1 = a é que pela própria definição de potência, o expoente indica o número de fatores e como o expoente é igual a 1, obviamente este fator será o próprio número.

Entendendo porque a-n = 1/an

Como já vimos para a ≠ 0 temos que:

Se tivermos m = 0:

Como a0 = 1, temos:

Ou:


Potência de um Produto

A potência do produto de dois ou mais fatores é igual ao produto de cada um destes fatores elevados ao expoente em questão:

Vamos tomar como exemplo o produto de três fatores distintos elevados ao cubo:

Não custa nada fazermos uma verificação só para conferir:


Potência de um Quociente

Podemos proceder de forma análoga ao que fizemos no caso da multiplicação, mas neste caso os divisores não podem ser iguais a zero:

Exemplo:

Vamos verificar:


Potência de um Expoente Fracionário

Podemos transformar uma potência com expoente fracionário em um radical:

Exemplo:


Potência de uma Raiz

Ao elevarmos um radical a uma dada potência, estaremos obtendo o mesmo resultado que obteríamos se elevássemos apenas o seu radicando a esta mesma potência:

Exemplo:


Potência de uma Potência

Novamente para uma base diferente de zero podemos expressar a seguinte igualdade:

Vamos como de costume recorrer a um exemplo:

E agora vamos verificar a veracidade desta propriedade:

 
 

Você sabe por que 2 + 3 . 5 é igual a 17 e não igual a 25?

Simplesmente porque o operador da multiplicação tem precedência sobre o operador da adição. Você deve primeiro realizar a multiplicação e depois a adição. Agora veja a expressão abaixo:

Qual é a razão desta desigualdade?
No caso de devemos calcular primeiro por causa da precedência dos parênteses, o que está entre parênteses deve ser calculado primeiro. Já no caso de devemos calcular primeiro, pois neste caso a precedência é calcularmos do expoente mais externo para o mais interno.
Usemos como exemplo a expressão para verificarmos a desigualdade:
No primeiro membro iremos resolver primeiro 43 que é igual a 64, já no segundo membro vamos resolver primeiro 32 que é igual a 9:

Finalmente vamos elevar 64 ao quadrado e 4 à nona potência:

Alternativamente também podemos realizar as seguintes operações, multiplicando os expoentes da potência do primeiro membro: