Segue abaixo os trabalhos de recuperação:
1.º ano do E.M.
Título: A Contribuição de René Descartes para a Matemática
O trabalho deve conter:
- Capa
- Contracapa
- Sumário
- Introdução
- Desenvolvimento
- Conclusão (manuscrito)
- Bibliografia
Nos moldes da ABNT. Pode ser impresso com exceção da conclusão. Entrega até dia 10/12.
2.º ano do E.M.
Título: As Profissões e a Matemática
Escolha uma profissão e pesquise sobre a importância da matemática nesta área.
O trabalho deve conter:
- Capa
- Contracapa
- Sumário
- Introdução
- Desenvolvimento
- Conclusão (manuscrito)
- Bibliografia
Nos moldes da ABNT. Pode ser impresso com exceção da conclusão. Entrega até dia 10/12.
Obrigado.
P. Você fala em cartografar o conhecimento como se fosse algo que já existe, esperando ser descoberto. Se os extraterrestres fizessem ciência, chegariam às mesmas leis físicas, teriam a mesma matemática?
R. Acredito que a matemática é única. Eu no fundo sou um platônico, suponho que porque sou matemático. Como humanos, pode ser que estejamos limitados nas disciplinas que podemos explorar, estudar e entender; temos limitações por nossa cultura, nossa anatomia. Mas acredito em um mundo platônico subjacente que todos observamos por um olho mágico, e um extraterrestre terá outro olho mágico.
P. Em seu livro você menciona conhecimentos que nunca poderemos alcançar, por sua própria natureza. São perguntas que os humanos não podem responder, ou elas não têm resposta?
Uma pergunta que não tem resposta não é interessante
P. Aí é onde entra a religião para muita gente, incluídos os cientistas. Você acredita que ciência e religião são compatíveis?
R. Um dos problemas da religião é linguístico, a incapacidade de definir a que nos referimos com determinados termos. Por isso no livro me guio pelo teólogo Herbet McCabe e digo: “Definamos Deus como tudo aquilo que não podemos conhecer.” Nesse sentido, enquanto houver limites para o conhecimento, ciência e religião são compatíveis. Acredito que a isso se referem muitos cientistas religiosos; eles dizem: “Não sei de onde saiu isto, vou chamar de Deus, de criador, mas quem cria segue leis que posso estudar como cientista”. É o que chamamos ser deísta. Acredito que o verdadeiro problema de compatibilidade é para os teístas: eles acreditam que seu deus está atuando no mundo. Acredito que essa seja uma tensão interessante que vale a pena explorar, e por isso quis dar mais matizes que os que Richard Dawkins oferecia neste debate.
P. Você se distancia da postura de Dawkins com relação à religião. Acha que ele ultrapassou algum limite quando ocupava a cátedra para o Entendimento Público da Ciência?
R. Não. Richard [Dawkins] sempre tomou o cuidado de usar a ciência como sua ferramenta de argumentação. Dessa forma centrou a atenção das pessoas nos motivos pelos quais elas acreditam na evolução, por que sabemos que é uma teoria robusta que sobrevive à crítica. Acho que teve seu momento e seu lugar, mas a postura de Richard polarizou o debate, e eu gostaria de ter um debate mais sutil, com mais matizes, passado aquele momento importante da publicação de Deus, Um Delírio [Companhia das Letras].
P. Que papel você tem como catedrático para o Entendimento Público da Ciência de Oxford?
É muito importante que os cientistas entrem em cena e envolvam a sociedade
P. Você fala em diálogo e em envolver a sociedade, não no “entendimento público da ciência” de que se falava há alguns anos. É uma frase antiquada e condescendente?
R. Sim, acho que é. Ela me parece muito da velha guarda. Mas a cátedra foi criada na década de 1990, quando se tinha a visão de que “nós, os cientistas, damos as respostas, e vocês nos escutam”. Estou tentando implementar uma versão moderna para o meu papel, mas o título soa antiquado.
P. De todas as ciências, as pessoas sentem um especial fascínio por sua disciplina, a matemática, apesar de ser uma das matérias mais odiadas nas escolas. Por quê?
Acho que as pessoas percebem que os ‘numerati’, os que detêm a matemática, têm poder
A tragédia é que parece que a educação nos engana. E é um problema de todos os sistemas educativos. Quando chegamos ao ensino secundário, as disciplinas se tornam estanques. Há aula de matemática, depois de música, depois de história, mas não fazemos as conexões entre elas. Quando fazemos matemática não entendemos que ela é a base da música. As pessoas não notam que a matemática tem uma história. Houve um momento em que não tínhamos o zero, e alguém teve a ideia do conceito de zero. A forma de abordar o problema educativo é contextualizar a matemática.
P. Você descreveu a matemática como “a linguagem da natureza”. Considera que ela existe fora da mente humana?
A matemática é o Deus que todos procuramos
Fonte: El País