As inscrições do processo seletivo das Escolas Técnicas Estaduais (Etecs) para o segundo semestre de 2018 começam na terça-feira, 24, e vão até 25 de maio. O exame será no dia 24 de junho.
O Vestibulinho traz como novidade a oferta de dois cursos técnicos inéditos. O de Arquivo, resultado da parceria com o Arquivo Público do Estado de São Paulo, será oferecido na Etec Parque da Juventude, na Capital. Já o de Desenvolvimento de Sistemas, será ministrado em 75 Escolas Técnicas de diversas regiões do Estado.
O processo seletivo oferece 47,3 mil vagas para Ensino Técnico (presencial, semipresencial e online), Técnico integrado ao Médio na modalidade EJA, Especialização Técnica e para acesso às vagas remanescentes de segundo módulo.
Além das Escolas Técnicas, participam do Vestibulinho para o próximo semestre as classes descentralizadas – unidades que funcionam com um ou mais cursos, sob a administração de uma Etec, pela parceria com as prefeituras do interior e da Capital (aulas nos CEUs) e com a Secretaria Estadual da Educação.
Especialização de nível médio
As 195 vagas para Especialização de nível médio são distribuídas entre cinco cursos: Enfermagem no Atendimento em Urgência e Emergência Intra e Extra-Hospitalar; Enfermagem do Trabalho; Gestão de Unidades de Alimentação e Nutrição; Panificação e Confeitaria; e Radiocomunicação.
Os interessados em fazer a inscrição devem ter concluído o Ensino Médio e cursado integralmente o Ensino Técnico associado ao curso de especialização, conforme relação disponível no site.
Vagas remanescentes
O Vestibulinho também oferece vagas remanescentes de segundo módulo para dez cursos técnicos: Administração online, Automação Industrial, Contabilidade, Eletrônica, Guia de Turismo online, Informática para Internet, Mecatrônica, Meio Ambiente, Química e Serviços Jurídicos.
O candidato deve ter concluído o Ensino Médio e ter experiência profissional na área do curso, mediante avaliação e certificação de competências referentes ao primeiro módulo.
Inscrições
Para se candidatar a um dos cursos técnicos oferecidos no segundo semestre, é necessário ter concluído ou estar cursando a partir do segundo ano do Ensino Médio regular. Quem já fez ou está fazendo a Educação de Jovens e Adultos (EJA) ou o Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos (Encceja) deve apresentar uma das seguintes certificações: conclusão do Ensino Médio, declaração de que está matriculado a partir do segundo semestre da EJA, dois certificados de aprovação em áreas de estudos da EJA, boletim de aprovação do Encceja enviado pelo MEC ou o certificado de aprovação do Encceja em duas áreas de estudos avaliadas.
O período de inscrição, exclusivamente pelo site www.vestibulinhoetec.com.br, vai de 24 de abril a 25 de maio. No último dia, o prazo termina às 15 horas. O Manual do Candidato está disponível no site para download.
No ato da inscrição, o candidato ao primeiro módulo do Ensino Técnico, presencial e semipresencial, pode colocar como segunda opção outro curso ou período desde que oferecido na mesma unidade para a qual vai se inscrever. É preciso preencher a ficha de inscrição eletrônica e imprimir o boleto bancário para pagamento da taxa de R$ 27,80. O valor deve ser pago em dinheiro, em qualquer agência bancária.
As Etecs vão disponibilizar equipamentos necessários aos interessados em fazer a inscrição no Vestibulinho. Cabe ao candidato entrar em contato com a unidade para saber o horário de atendimento para esta finalidade.
Inclusão social
O Sistema de Pontuação Acrescida do Centro Paula Souza concede acréscimo de pontos à nota final obtida no exame, sendo 3% a estudantes afrodescendentes e 10% a oriundos da rede pública. Se o candidato estiver nas duas situações, recebe 13% de bônus.
É de responsabilidade do candidato verificar se tem direito à pontuação acrescida, porque a matrícula não poderá ser realizada e a vaga será perdida se as informações não atenderem às condições estabelecidas em sua totalidade.
Outras informações pelos telefones (11) 3471-4071 (Capital e Grande São Paulo) e 0800-772 2829 (demais localidades) e pela internet.
P. Você fala em cartografar o conhecimento como se fosse algo que já existe, esperando ser descoberto. Se os extraterrestres fizessem ciência, chegariam às mesmas leis físicas, teriam a mesma matemática?
R. Acredito que a matemática é única. Eu no fundo sou um platônico, suponho que porque sou matemático. Como humanos, pode ser que estejamos limitados nas disciplinas que podemos explorar, estudar e entender; temos limitações por nossa cultura, nossa anatomia. Mas acredito em um mundo platônico subjacente que todos observamos por um olho mágico, e um extraterrestre terá outro olho mágico.
P. Em seu livro você menciona conhecimentos que nunca poderemos alcançar, por sua própria natureza. São perguntas que os humanos não podem responder, ou elas não têm resposta?
Uma pergunta que não tem resposta não é interessante
P. Aí é onde entra a religião para muita gente, incluídos os cientistas. Você acredita que ciência e religião são compatíveis?
R. Um dos problemas da religião é linguístico, a incapacidade de definir a que nos referimos com determinados termos. Por isso no livro me guio pelo teólogo Herbet McCabe e digo: “Definamos Deus como tudo aquilo que não podemos conhecer.” Nesse sentido, enquanto houver limites para o conhecimento, ciência e religião são compatíveis. Acredito que a isso se referem muitos cientistas religiosos; eles dizem: “Não sei de onde saiu isto, vou chamar de Deus, de criador, mas quem cria segue leis que posso estudar como cientista”. É o que chamamos ser deísta. Acredito que o verdadeiro problema de compatibilidade é para os teístas: eles acreditam que seu deus está atuando no mundo. Acredito que essa seja uma tensão interessante que vale a pena explorar, e por isso quis dar mais matizes que os que Richard Dawkins oferecia neste debate.
P. Você se distancia da postura de Dawkins com relação à religião. Acha que ele ultrapassou algum limite quando ocupava a cátedra para o Entendimento Público da Ciência?
R. Não. Richard [Dawkins] sempre tomou o cuidado de usar a ciência como sua ferramenta de argumentação. Dessa forma centrou a atenção das pessoas nos motivos pelos quais elas acreditam na evolução, por que sabemos que é uma teoria robusta que sobrevive à crítica. Acho que teve seu momento e seu lugar, mas a postura de Richard polarizou o debate, e eu gostaria de ter um debate mais sutil, com mais matizes, passado aquele momento importante da publicação de Deus, Um Delírio [Companhia das Letras].
P. Que papel você tem como catedrático para o Entendimento Público da Ciência de Oxford?
É muito importante que os cientistas entrem em cena e envolvam a sociedade
P. Você fala em diálogo e em envolver a sociedade, não no “entendimento público da ciência” de que se falava há alguns anos. É uma frase antiquada e condescendente?
R. Sim, acho que é. Ela me parece muito da velha guarda. Mas a cátedra foi criada na década de 1990, quando se tinha a visão de que “nós, os cientistas, damos as respostas, e vocês nos escutam”. Estou tentando implementar uma versão moderna para o meu papel, mas o título soa antiquado.
P. De todas as ciências, as pessoas sentem um especial fascínio por sua disciplina, a matemática, apesar de ser uma das matérias mais odiadas nas escolas. Por quê?
Acho que as pessoas percebem que os ‘numerati’, os que detêm a matemática, têm poder
A tragédia é que parece que a educação nos engana. E é um problema de todos os sistemas educativos. Quando chegamos ao ensino secundário, as disciplinas se tornam estanques. Há aula de matemática, depois de música, depois de história, mas não fazemos as conexões entre elas. Quando fazemos matemática não entendemos que ela é a base da música. As pessoas não notam que a matemática tem uma história. Houve um momento em que não tínhamos o zero, e alguém teve a ideia do conceito de zero. A forma de abordar o problema educativo é contextualizar a matemática.
P. Você descreveu a matemática como “a linguagem da natureza”. Considera que ela existe fora da mente humana?
A matemática é o Deus que todos procuramos
Fonte: El País